
Há cerca de 13,8 bilhões de anos, o Universo surgiu com o Big Bang. Durante o primeiro bilhão de anos após esse evento colossal — o chamado Amanhecer Cósmico — pensava-se que as galáxias estavam apenas começando a se formar, lentamente, em meio ao caos primordial.
Mas uma descoberta recente feita pelo Telescópio Espacial James Webb (JWST) está virando essa ideia de cabeça para baixo.

🔭 A Descoberta de Zhúlóng

Utilizando dados da pesquisa PANORAMIC, voltada para observar as primeiras galáxias do Universo, astrônomos encontraram uma estrutura surpreendente: Zhúlóng, uma galáxia gigantesca e completamente formada, que existia apenas 1 bilhão de anos após o Big Bang.
Zhúlóng — nomeada em homenagem ao lendário Dragão Tocha da mitologia chinesa — não é uma galáxia qualquer. Ela pertence à categoria das galáxias espirais de grande design, as mais organizadas e simétricas do cosmos.
Por que Zhúlóng é tão impressionante?
Essa galáxia possui:
- Um bojo central clássico, típico de galáxias maduras.
- Um disco estelar onde estrelas continuam a se formar.
- Braços espirais bem definidos, que se estendem por toda a galáxia de forma simétrica.
- Um diâmetro de 62.000 anos-luz, semelhante ao da Via Láctea.
- Um buraco negro central inativo, indicando que a fase de formação mais intensa já passou.
- Uma taxa de formação estelar em desaceleração, entre 20 e 155 massas solares por ano.
Em outras palavras, Zhúlóng já estava “pronta”, com uma estrutura madura e complexa, muito antes do que qualquer modelo atual de formação galáctica previa.
E o que isso muda?
Os cientistas acreditam que Zhúlóng seja a galáxia espiral mais antiga já observada — o que implica que galáxias como a Via Láctea podem se formar até 10 vezes mais rápido do que estimávamos até agora.
Essa descoberta está forçando os astrofísicos a reavaliar os modelos de evolução do Universo e a origem das estruturas cósmicas que vemos hoje.
O futuro da astronomia está só começando
Zhúlóng é apenas o começo. Com o JWST, estamos literalmente enxergando os limites do tempo — e o que estamos encontrando por lá é mais surpreendente do que qualquer um poderia imaginar.
A pesquisa completa está disponível no servidor arXiv e será publicada na revista Astronomy & Astrophysics.
Gostou do conteúdo? Compartilhe com alguém que ama astronomia — e prepare-se: o Universo ainda tem muitos segredos guardados.
Fonte: arXiv / Science Alert