O Fórum Econômico Mundial (WEF), em parceria com a Frontiers, divulgou hoje o relatório “Top 10 Emerging Technologies of 2025”, destacando inovações com forte potencial de transformar setores críticos como clima, saúde, infraestrutura e confiança digital.
O relatório conta com as contribuições de centenas de cientistas globais, identificando tecnologias em estágio inicial com capacidade de adoção ampliada nos próximos cinco anos.

As dez principais tecnologias emergentes de 2025 que estão prestes a contribuir mais significativamente para o desenvolvimento de novas indústrias e mercados e serão amplamente adotadas nos próximos três a cinco anos são:
1.Sensoriamento Bioquímico Autônomo
2.Sensoriamento Colaborativo
3.Engenharia de Terapêutica para Vida
4.Marca d’água Generativa
5.GLP-1s para Doenças Neurodegenerativas
6.Fixação Verde de Nitrogênio
7.Nanozimas
8.Energia Nuclear de Próxima Geração
9.Sistemas de Energia Osmótica
10.Compósitos Estruturais para Baterias
Essas tecnologias refletem uma convergência crescente entre biologia, ciência dos materiais e inteligência artificial. Em um mundo que enfrenta a escalada dos riscos climáticos, envelhecimento da população, insegurança alimentar e o aumento da desinformação digital, essas inovações representam mais do que progresso tecnológico – elas representam soluções reais e escaláveis para resiliência, saúde e equidade.

Sensoriamento Bioquímico Autônomo
O sensoriamento bioquímico autônomo refere-se a sistemas que podem detectar e analisar substâncias bioquímicas (como proteínas, DNA, células ou biomarcadores) em tempo real, sem a necessidade de intervenção humana constante. Esses sistemas geralmente integram biossensores com inteligência artificial e robótica para coletar dados, interpretá-los e, em alguns casos, até mesmo agir com base neles. Essa tecnologia tem aplicações em saúde (diagnóstico precoce, monitoramento contínuo), segurança alimentar, monitoramento ambiental e descoberta de medicamentos.
Sensoriamento Colaborativo
O sensoriamento colaborativo envolve a coleta de dados por múltiplos sensores ou dispositivos que trabalham em conjunto para formar uma imagem mais completa e precisa do ambiente. Em vez de um único sensor operando isoladamente, a informação de vários pontos é agregada e processada. Isso pode ser visto em redes de sensores sem fio, onde smartphones, veículos ou sensores dedicados compartilham informações para, por exemplo, monitorar o tráfego, a qualidade do ar, ou eventos sísmicos. A colaboração melhora a robustez, a precisão e a cobertura dos dados.
Engenharia de Terapêutica para Vida
A engenharia de terapêutica para vida (ou “Engenharia de Terapêutica Viva”) foca no desenvolvimento de terapias que utilizam organismos vivos ou componentes biológicos (como células, bactérias ou vírus) modificados para tratar doenças. Diferente das terapias tradicionais que usam produtos químicos ou proteínas, esta abordagem visa a “programar” entidades biológicas para realizar funções terapêuticas específicas dentro do corpo, como detectar e destruir células cancerosas, produzir medicamentos diretamente no local da doença, ou modular o sistema imunológico.
Marca d’água Generativa
A marca d’água generativa é uma técnica que incorpora informações ocultas (a “marca d’água”) em conteúdos digitais gerados por inteligência artificial, como imagens, áudios ou textos. O objetivo é provar a autenticidade, rastrear a origem ou identificar se o conteúdo foi gerado por IA. Ao contrário das marcas d’água tradicionais que podem ser visíveis ou facilmente removíveis, as marcas d’água generativas são projetadas para serem imperceptíveis ao olho humano e difíceis de serem removidas sem danificar o conteúdo original, funcionando como uma “assinatura” digital embutida.
GLP-1s para Doenças Neurodegenerativas
GLP-1s (análogos do peptídeo-1 semelhante ao glucagon) são uma classe de medicamentos conhecidos principalmente pelo tratamento de diabetes tipo 2 e obesidade. No entanto, pesquisas recentes têm explorado seu potencial no tratamento de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson. Acredita-se que os GLP-1s podem ter efeitos neuroprotetores, reduzindo a inflamação cerebral, melhorando a função neuronal, protegendo os neurônios do estresse oxidativo e promovendo a neurogênese. Esta é uma área de pesquisa promissora que pode oferecer novas abordagens terapêuticas para essas condições debilitantes.
Fixação Verde de Nitrogênio
A fixação verde de nitrogênio busca desenvolver métodos mais sustentáveis e energeticamente eficientes para converter o nitrogênio atmosférico (N₂) em formas reativas de nitrogênio (como amônia, NH₃), que são essenciais para a agricultura e a indústria. Atualmente, a maior parte da amônia é produzida pelo processo de Haber-Bosch, que é altamente intensivo em energia e libera grandes quantidades de CO₂. A “fixação verde” explora alternativas como a utilização de catalisadores mais eficientes, processos eletroquímicos que utilizam energia renovável ou sistemas biológicos que mimetizam a fixação natural do nitrogênio por microrganismos.
Nanozimas
Nanozimas são nanomateriais com propriedades semelhantes às das enzimas biológicas, mas que não são proteínas. Elas possuem atividade catalítica, ou seja, são capazes de acelerar reações químicas específicas. As nanozimas podem ser projetadas com diferentes materiais (óxidos metálicos, nanopartículas de carbono, etc.) e oferecem vantagens como maior estabilidade sob condições extremas (temperatura, pH), menor custo de produção e maior capacidade de serem projetadas para funções específicas em comparação com as enzimas naturais. Têm aplicações em biossensores, diagnóstico, terapia do câncer e catálise industrial.
Energia Nuclear de Próxima Geração
A energia nuclear de próxima geração refere-se ao desenvolvimento de reatores nucleares avançados que buscam superar as limitações dos reatores atuais. Isso inclui reatores modulares pequenos (SMRs), que são menores, mais seguros, mais rápidos de construir e mais flexíveis em sua implantação. Além disso, a próxima geração explora reatores que podem operar com diferentes tipos de combustível (incluindo resíduos nucleares), gerar menos lixo radioativo e ter sistemas de segurança passivos (que não dependem de intervenção humana ou energia externa). O objetivo é tornar a energia nuclear uma fonte mais segura, eficiente e sustentável.
Sistemas de Energia Osmótica
Os sistemas de energia osmótica (ou “energia azul”) aproveitam a diferença de salinidade entre dois volumes de água para gerar eletricidade. O processo mais comum envolve a osmose reversa por pressão retardada (PRO), onde a água doce flui através de uma membrana semipermeável para a água salgada, aumentando a pressão no lado salino. Essa pressão pode então ser usada para girar uma turbina e gerar energia. A principal fonte para essa tecnologia é o encontro de rios com o oceano, oferecendo um potencial significativo para a geração de energia limpa e renovável.
Compósitos Estruturais para Baterias
Os compósitos estruturais para baterias são materiais inovadores que combinam as funções de armazenamento de energia (como uma bateria) com as propriedades estruturais de um material (como resistência e leveza). Em vez de ter uma bateria separada do componente estrutural de um dispositivo (como um carro ou um drone), esses compósitos permitem que a própria estrutura do objeto armazene energia. Isso leva a designs mais leves, compactos e eficientes, liberando espaço e reduzindo o peso total do sistema, o que é crucial para veículos elétricos, aeroespacial e eletrônicos portáteis.
O relatório enfatiza que, embora a tecnologia avance rapidamente, é essencial garantir investimento, infraestrutura, padronização e governança responsável para atingir uma escala global e gerar impacto positivo
Fontes: Frontiersin / Robotics and Automation News / World Economic Forum
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